3 livros imperdíveis de Agatha Christie

Conheça 3 livros imperdíveis da Rainha do Crime que o deixarão tão preso à leitura a ponto de virar a noite lendo...

Agatha Christie

Quem é leitor veterano de Agatha Christie sabe que o mistério e a trama bem desenvolvida fazem parte de praticamente todas as suas obras.

Sendo considerada a romancista de maior vendagem da história, apenas atrás da Bíblia e de Shakespeare, Agatha Christie já encantou milhões de leitores ao redor do mundo com as histórias mais fascinantes da literatura policial.

Para aqueles que ainda não a conhecem, as indicações a seguir poderão ser um ótimo começo! E já para os leitores vorazes da Rainha do Crime, explorar novas leituras - ou quem sabe, revisitá-las - também valerá muito a pena :)

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1 - Treze à mesa (1933)

A obra "Treze à mesa" é um dos meus livros favoritos da Agatha que estão na categoria dos "escondidos". Chamo-o de escondido em virtude de não ser tão conhecido quanto os principais sucessos.

No entanto, a meu ver, é uma das obras da autora que mais me fez usar meus neurônios de tão complexa que é - principalmente porque a Rainha do Crime explora os aspectos psicológicos de seus suspeitos como maneira de alcançar a versão correta do caso.

Em vez de perseguir pistas, usar lupas e checar digitais, os detetives de Agatha são caracterizados por analisar a psicologia em seus criminosos, sempre em busca da combinação perfeita: possibilidade de executar o crime + motivos para cometê-lo.

A atmosfera instigante da trama é narrada pelo detetive Hastings, também amigo pessoal de Hercule Poirot. A relação entre os dois detetives lembra a clássica relação entre John Watson e Sherlock Holmes, na qual o primeiro narra e observa os passos do amigo, e o segundo, desvenda o crime e critica as rasas conclusões do primeiro.

Do mesmo modo, Hastings acompanha Poirot no andamento do caso e tal qual Watson, suas conclusões são pouco criativas e muito previsíveis, enquanto as de Poirot, são sempre surpreendentes e geniais.

Quem conhece os livros da Agatha, sabe que ao longo da obra nos são apresentados vários suspeitos, levando-nos a desconfiar de cada um deles.

Em "Treze à mesa", não é diferente: o mórbido e esquisito Lord Edgware é encontrado assassinado na biblioteca de casa e, logo de início todos desconfiam da atual esposa, Jane Wilkinson - que, além de desejar divorciar-se dele, odeia-o declaradamente.

No entanto, no decorrer da história, passamos a conhecer novos elementos e novos personagens que tornam a resolução do crime um emaranhado de teorias e suspeitas, de modo que passamos a desconfiar de praticamente todos os personagens.

Para tentar desvendar o crime, devemos prestar atenção à pormenorizada narração de Hastings, que estabelece uma relação próxima com o leitor e fornece as peças do quebra-cabeça.

Não será fácil montá-lo, mas eu vos garanto que a obra é simplemente sensacional! Ela foi escrita de modo inteligente, sagaz e preciso, de modo que Agatha testa nossa percepção a todo tempo.

É um dos meus livros favoritos da autora e faz jus ao seu apelido de Rainha do Crime: Agatha, de fato, é uma rainha e isso eu comprovo a cada nova obra lida. Recomendo-o a todos e posso garantir que será um maravilhoso deleite.

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2 - A casa torta (1949)

Também na categoria dos "escondidos", "A Casa Torta" aposta todas as fichas na psicologia do assassino. Considerada pela própria Agatha um de seus melhores trabalhos, a obra é surpreendente e ao mesmo tempo simples.

Vale ressaltar que quando me refiro a "simples" quero dizer que as soluções apresentadas pela autora são diretas e lineares, o que não significa que seja uma obra fácil, muito pelo contrário, é bastante engenhosa.

O livro nos traz a morte de Aristide Leonides, um octagenário vivaz que abrigava vários membros da família sob o seu teto. A morte é causada pela ingestão de um produto tóxico que constava no frasco de seu remédio.

Tal medicação era usualmente administrada pela esposa, o que faz com as suspeitas logo se voltem contra ela.

No entanto, no decorrer das investigações, outras questões passam a ser postas. Quem teria posto o veneno no lugar do remédio? Quem teria motivos para fazê-lo? Quem se beneficiaria da morte de Aristide?

Narrado em primeira pessoa, o romance policial é contado por Charles, filho do comissário asisstente da Scotland Yard e também candidado a noivo da neta de Aristide, Sophia Leonides.

O narrador decide participar das investigações à pedido de Sophia, que, inquieta com a morte do avô, deseja que o caso seja resolvido a todo custo. Para isso, ele passa a frequentar a Casa torta e a colher o máximo possível de informações para a investigação do caso.

No decorrer da narração, ele passa a nos apresentar todos os moradores da casa e a fornecer diversas revelações que fazem com que percebamos que cada um teria um motivo diferente para assassinar o velho Leonides.

Resta-nos, portanto, seguir as pistas psicológicas fornecidas por Agatha Christie e aliar a razão do crime com a possibilidade de cometê-lo. Somente assim, talvez consigamos solucioná-lo; contudo, já vos adianto que não será nada fácil: o final é realmente surpreendente e apenas quem for muito perspicaz poderá prevê-lo.

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3 - Os cinco porquinhos (1942)

"Os cinco porquinhos", trata-se de algo completamente diferente de tudo que eu já havia lido da Agatha até então. Dessa vez, o detetive Hercule Poirot desvendará o assassino de um crime cometido há 16 anos, o que será um desafio e tanto!

Como investigar um crime cujo local de ocorrência não é mais o mesmo? Como especular acerca de pistas que não existem mais? E, por fim, como suspeitar de pessoas que não são mais as mesmas e tampouco possuem as lembranças vívidas na memória?

A Rainha do Crime nos conduzirá com maestria por esta obra, nos deixando presos ao enredo do início ao fim!

A jovem Carla Lemarchant procura por Hercule Poirot solicitando ajuda para a resolução de um caso.

Ela conta que 16 anos atrás, quando era apenas uma criança, sua mãe fora condenada à prisão perpétua pelo assassinato de seu pai, não deixando dúvidas à polícia quanto à sua culpa, visto que foram encontradas suas digitais na cena do crime.

Antes de morrer, a mãe, deixara uma carta para a filha - que deveria ser lida somente quando esta completasse 21 anos - na qual jurava solenemente que não havia sido responsável pela morte do marido.

Comovida pela sinceridade das palavras da mãe, Carla procura Poirot para investigar o caso e ter certeza se sua mãe falara a verdade ou não.

De início, Poirot pouco crê que seja possível investigar um crime ocorrido há tanto tempo; contudo, no decorrer da narrativa, nos é mostrado que a inocência da mãe de Carla pode ser provada e o verdadeiro culpado pode estar à solta.

Assim, na tentativa de reconstruir o cenário de 16 anos atrás, Poirot parte em busca de 5 pessoas relacionadas ao homem assassinado: Philip Blake, melhor amigo do falecido; Meredith Blake, irmão de Philip; Elsa Greer, amante do falecido; Cecilia Williams, governanta e, por fim, Angela Warren, tia mais nova de Carla. Apenas um desses é o verdadeiro assassino.

A narração é desenvolvida de modo espetacular, nos oferecendo pistas e informações suficientes para desvendar a verdadeira solução. Para além disso, "Os cinco porquinhos" é habilmente construído na representação das individualidades e características de cada personagem.

Isso é percebido no fato de que uma parte do livro é reservada para os testemunhos de cada suspeito, que são escritos em 1ª pessoa e conferem personalidade a cada narração.

A obra, portanto, trata-se de uma leitura que recomendo muito e que provavelmente se tornará um de seus livros favoritos da autora, assim como se tornou para mim :)

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Espero que você tenha gostado das recomendações e deleite-se ao ler as obras da Rainha do Crime. Este é meu primeiro post para o blog e pretendo acrescentar muitas resenhas, dicas e discussões por aqui.

Espero vê-lo em breve e tenha uma boa leitura! :)

Bruna Beltrão.